Os gatos amam andar sobre lugares altos para ter uma visão privilegiada do ambiente que estão. E por mais que eles tenham agilidade e destreza de sobra, é claro que vez ou outra acontece um erro de cálculo e a queda vem. Mas, por que será que eles conseguem cair de pé a maioria das vezes?
Essa é uma dúvida antiga e já gerou debates e estudos diversos, porém o que se sabe é que o trunfo do gato é o seu apuradíssimo senso de equilíbrio, que lhe permite girar o corpo rapidamente e cair apoiando-se nas quatro patas.
A razão científica dá conta que a estrutura interna do ouvido responsável pelo equilíbrio, o labirinto, tem grande sensibilidade em seus receptores. Então, quando o felino está em uma posição desconfortável, a pressão nessa região aumenta e cria um alerta, que somado aos sinais visuais do animal, acionam o sistema nervoso central e este manda vários sinais elétricos ao aparelho locomotor, permitindo ao bichinho fazer movimentos instintivos e tornando possível o “milagre”.
Perigos da queda
Por mais que os peludinhos consigam fazer esse contorcionismo e aterrissar no solo em grande estilo, é preciso ficar muito atento, pois as clínicas veterinárias estão cheias de gatos acidentados por queda e alguns casos são bastante graves.
Conhecido nas clínicas como a “Síndrome do Gato Paraquedista”, o termo é uma referência a uma situação em que diante da queda iminente, o bichinho relaxa a musculatura para reduzir o impacto, aumentando as chances dele lesionar os membros (fraturas expostas, por exemplo) ao cair.
Na queda de locais mais altos, eles tendem a cair com as patas abertas e podem sofrer ruptura interna de órgãos como baço ou trauma no tórax (como ruptura de diafragma), que podem levar a hemorragias e problemas mais graves.
Dicas de prevenção
Não é porque o gato tem sete vidas que ele pode ficar gastando elas por aí, não é mesmo? Rede de proteção nas janelas é item obrigatório para deixar o felino com “créditos” de vida. Além disso, é preciso oferecer proteção ao felino nos lugares mais altos – prateleiras soltas e superfície escorregadia fazem os pelos do seu gato arrepiarem.
Facilite a escalada do bichano. Por exemplo, se ele ama ficar no topo da estante, que tal deixá-la com menos obstáculos pra ele chegar mais facilmente ao destino? Se o local preferido do peludinho fica muito alto e isolado, pense em como oferecer “andares” para que ele possa subir e descer sem a necessidade de grandes saltos. Assim, mesmo em caso de queda, o impacto será bem menor.
Se mesmo tomando o máximo de precaução o danado do gato levar um tombo, saiba que a primeira atitude dele será rapidamente procurar um esconderijo para sentir-se seguro enquanto se recupera. Não o deixe nesse isolamento e leve-o para uma consulta veterinária, sem subestimar a gravidade do acidente.
Tome cuidado com as possíveis tentativas de mordidas e arranhões do bichinho, que estará assustado, e faça o possível para que ele não fique se debatendo da caixa de transporte durante o trajeto, os movimentos podem agravar uma possível fratura ou trauma em algum órgão.